Indubitavelmente mudei, mas como não mudar depois te tanta decepção? Meu coração,
aos pouco, desgastou-se, acabou-se, foi reduzido a pó. Amor? Longânimo e puro
amor, onde estás? Onde tu foste parar? E as pessoas que diziam me amar, onde
estão elas? Meu podre coração foi dilacerado sem dó pela mais perversa de
todas as armas de tortura: A ilusão. Talvez tudo seja culpa de minha tola e
inocente mania de criar expectativas. Pois como a bruma, as palavras de certas
pessoas esvaíram-se pelo ar. As pessoas mentem, iludem, e assim como um
fantoche, num irônico, sem sentido e doloroso teatro.
Usam-te, depois,
fatigam-se de suas marionetes e se desfazem delas como lixo. Sonhos, doces
sonhos, pobres, ingênuos e doces sonhos. Foram sucumbidos, assassinados pela
mentira. Foram substituídos, dando lugar ao desapontamento, a magoa. E há de
existir pior veneno para minha alma do que ela? Bruxa maldita que reduz um
coração a pedra; Sem vida, sem cor, sem amor. Deixei de acreditar em vão
palavras, meu coração tornou-se um profundo, escuro e frigido poço de
lembranças, submersas em amargura. Que maldita razão leva as pessoas a
mentir? Que maldito hábito este das pessoas dizerem “eu te amo” sem amar.
0 comentários:
Postar um comentário